A produção de biogás por meio da biomassa derivada da cana-de-açúcar tem se mostrado uma das maiores inovações das usinas sucroenergéticas. Esse ativo, derivado do bagaço da cana e madeira ou de resíduos de origem animal, é uma fonte renovável e barata para se obter energia elétrica. Por esse motivo, é uma ótima alternativa para substituir outros derivados que acabam tendo um custo operacional muito maior, como os combustíveis fósseis, por exemplo, que estão presentes em muitas das matrizes elétricas brasileiras.
Essa forma de produzir energia elétrica tem sido muito utilizada nos dias atuais e desempenha papel fundamental dentro da matriz elétrica do Brasil, trazendo pautas como sustentabilidade, economia e reaproveitamento. Hoje, ela é responsável pela produção de pouco mais de 8% da eletricidade no país.
INVESTIR OU NÃO INVESTIR?
Sempre que aparecem novas maneiras de se produzir algum insumo já existente, o mercado se questiona: investir ou não investir? Bem, no caso da energia advinda da biomassa, existem diversos motivos para se acreditar que esse insumo estará presente no nosso futuro, sendo responsável por grande parte da produção de energia no Brasil. Por quê? Vamos te explicar.
Primeiramente, podemos abordar as questões ambientais que envolvem esse negócio. No processo de transformação de biomassa para biogás, a emissão de gases que são responsáveis pelo efeito estufa (GEEs) é praticamente zerada – ao contrário, por exemplo, das termelétricas, que jogam na atmosfera grandes volumes de dióxido de carbono (CO2).
É importante falar também sobre o tema “reaproveitamento de produtos derivados da cana”, como a palha, a torta de filtro e a vinhaça, que podem ser 100% aproveitadas pelas usinas, deixando assim de existir. No caso desses insumos, a palha vira energia elétrica e a vinhaça age como engrossante na fertirrigação dos canaviais.
Outra utilidade sustentável e, ao mesmo tempo, rentável da biomassa é a substituição do gás de cozinha, na gasolina e no gás natural veicular. Como? Por meio da transformação do biogás em biometano, que pode substituir o gás encanado, funcionar como um combustível e entrar no lugar dos GNVs nos cilindros dos carros.
NOVOS INVESTIDORES
Considerando o cenário promissor em que a biomassa se encontra, novos investidores têm se interessado cada vez mais pela pauta e levado a empresas essa novidade que o mercado apresenta. Dois grandes grupos sucroenergéticos já estão trabalhando em projetos que se relacionam com o gás renovável: a brasileira Cocal e a escocesa Aggrekko.
Ambas as empresas enxergam grandes oportunidades nesse mercado, principalmente com resíduos do agronegócio, nas usinas canavieiras.
NOVO MODELO DE MATRIZ ENERGÉTICA
A Aggrekko já oferece novas formas de gerar eletricidade dentro do mercado de biogás e se prepara para iniciar o processo de venda dessa energia.
A Cocal, por sua vez, tem investido US$ 70 milhões neste negócio, dos quais US$ 40 milhões foram conseguidos por meio do financiamento com um dos bancos que faz parte do subgrupo do Banco Mundial, o International Finance Corporation (IFC), e os outros US$ 30 milhões vieram dos bancos Itaú BBA e Rabobank.
Com esse investimento, parte do biogás que será produzido poderá se tornar biometano e passará a atender distribuidoras que estejam em fase de implementação. Além desse insumo, essa fábrica também vai utilizar a torta de filtro e a vinhaça para produzir energia elétrica de biogás.
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